É um tanto comum que artistas viajem, retirem-se, peregrinem, acampem, imerjam, residenciem-se, desloquem-se intermitentemente tanto para certos contextos “exóticos”, “infamiliares”, “intocados”, “desprovidos de lucidez ou criticidade”, “parados no tempo”, “basicamente no meio do nada”, quanto para contextos que lhes garantam maior infraestrutura para suas investigações. Que fricções são possíveis de serem relacionadas, uma vez que é justamente tal imbróglio a matéria prima para a criação da persona artista-turista? Ou mais ainda: uma vez que esta é encarnada a partir da experiência de Luana Andrade em uma territorialidade outra, a de Portugal, que zonas de atrito são percebidas?
Luana evidencia que sua identidade artista, aqui dada a ver pelo novo híbrido da artista-turista, não só é válida quanto é instável (e que identidade não é?), como também ratifica que o risível é uma das melhores alternativas para falar de coisas sérias. Afinal de contas, se o deboche sozinho não transforma a sociedade, sem ele tampouco a sociedade muda.
CENTO E POUCAS NOTAS INTRODUTÓRIAS À ARTISTA-TURISTA
Texto e Imagens: Luana Andrade
Edição: Guilherme Moraes
Projeto Gráfico: Heitor Moreira, Rod Souza Leão
Gestão e Produção: Rod Souza Leão
Assistência Editorial: Manoela Freire, Elizabeth Bandeira
Revisão: Guilherme Moraes, Rod Souza Leão
Produção Gráfica: Heitor Moreira
Impressão: Gráfica Provisual